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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Outra critica ferrenha!

Alguém gosta de sangue? Pois então, para muitos os fatos que ocorrem na periferia da cidade e com o povo pobre, não é algo relevante para a construção da historia do nosso país! Mas estão errados. São estas pessoas que vivem e divide a identidade brasileira contigo, meu caro amigo de classe media. Falam até a mesma língua e são iguais a ti frente à constituição meu caro amigo burguês! Pois o teu empregado tem o mesmo direito que você tem, na hora de construir a historia. Um voto!
Mas ninguém teve coragem de construir uma critica ferrenha e inteligente, de um modo tão forte como foi feito no filme “Tropa de Elite 2: agora o inimigo é outro”. O sistema, o seu desmascaramento é apavorante, esfrega o que há de mais nojento no sistema democrático brasileiro em nossa cara. E com um tapa e um grito de “pede pra sair!” podemos acordar pra realidade de nossa historia atual. Sangue! Sangue de inocentes que são derramados para atender bolsos gananciosos de corruptos que se enraízam em nosso estado. Justos os que deveriam estar garantindo melhor qualidade de vida para o povo, acabam jogando no lixo toda uma conquista de gerações, para atender interesses próprios. Pode parecer clichê de “menino de esquerda”. Mas é a mais podre e pura verdade.
Engole essa meu querido pai de família que perdeu o filho com uma bala perdida. Aceite isto meu caro eleitor que tem algum irmão preso nas drogas, e que faz de tudo para continuar o contrabando, dando todo o dinheiro, e arranjando a força o dinheiro suado de outros trabalhadores.
Não quero acreditar, que o suor e sangue dos inocentes e honestos estejam patrocinando a corrupção, as drogas e as violências. Acordem meus caras pintadas, porque quem pinta a cara é palhaço! Por isto é que eles riem de você na foto da campanha!
Alguém gosta de sangue? É por nossa historia é feita de muito sangue! Foi escrita com ele, só que ninguém liga pra matéria prima, sempre tivemos apenas interesse pelos enfeites!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

um conto de uma serie, chama-se Da selva de pedras

A chuva e os numeros

A chuva caia na cidade, timidamente, sem fazer barulho algum, tendo apenas como anunciante de sua presença o frio. Não era chuva de molhar, ou acabar com a seca de uma vez. Mas era a chuva que prendia as pessoas com melhor vida em suas casas, pelo desanimo que causava no coração delas, já que estavam tão acostumados com o sol.
As arvores retorcidas do quintal improvisado daquela casa, se agoniavam com sede, tendo como tortura uma chuva que não sabia se caia de vez ou continuava no céu. A sede de sete meses quase matava algumas delas.
Dentro da casa era o silencio, o silencio dos olhos atentos na janela que denunciava a paisagem desanimadora da semi-chuva fria lá fora. Não tinham coragem para fazer o que deviam.
Mais dentro da casa, onde se faz a comida (senda a casa de um cômodo) olhos tristes viam a panela com indignação. Estava meio cheia de arroz para se sustentarem até o fim do mês. Virou-se com dificuldade, pois o mais novo de todos ainda não sabia andar e ainda se encarapitava no colo. Tal movimento revelou a janela e os dois mais velhos aos olhos tristes. Todos olhavam a chuva que não saia se caia.
Mais essa agora, chuva para atrapalhar o trabalho dos guris! Se não fossem para a rua, não poderia ficar calma com eles em casa, iriam querer comer, e não tinham muito, tinham de render o que tinham.
O mais novo tremeu em seus braços. Teve pena do pequeno, realmente estava frio. Não pegaria o pano dos maiores, já andavam quase nus. Foi até a cama improvisada de papelão. Pegou alguns jornais velhos que achara na rua. Tais tinham como matéria de capa os escândalos de corrupção e desvio de dinheiro publico na construção de hospitais e escolas públicas, que iriam atender a populações carentes, e também aos contribuintes. Bom... Ela não sabia ler, eram apenas jornais, esquentavam bem. Serviam pra algo.
Depois de embrulhar o filhote, irritou-se com a preguiça dos mais velhos, pegou um jornal, este tratava da coluna social da cidade, e dizia sobre o senhor desembargador que deu uma festa de quinze anos a filha mais nova, festa com valos de 100mil reais e ainda deu um carro zero quilometro de presente, por ter conseguido passar de ano depois de uma vergonhosa reprovação, na qual deixou a família um pouco sem prestigio. Ela não sabia ler, enrolou o jornal, fez dele um porrete e deu nos meninos que teimavam em sair de casa. Os dois assustados, choravam, corriam e desviavam dos golpes da mãe, não queria sair da casa para a chuva.
Ela não queria saber, fez mais um gesto quando os encurralou entre o “quarto” e a “cozinha”. Antes de completá-lo, os meninos se renderam, sabia se não fossem seria o resto da tarde daquele jeito, e não seria um rolo de jornal como objeto de espancamento. Saíram chorando e soluçando, ainda com esperança de receberem a misericórdia da que os expulsava para a rua e o trabalho.
Mas os olhos não os visavam mais, e nem queriam, para não machucar os meninos mais do que mereciam!
Os olhos tristes procuravam o calendário, sabia de datas, números, precisamente o tempo, horas, dias, semanas, meses, anos. Como todo bem cristão precisava sabê-los para agradar a Deus e seus feriados.
Faltava um ano para as visitas de homens bons e bem vestidos, sempre sorridentes e com presentes, era sempre de quatro e quatro anos, o natal fora de época! Tudo porque queriam que ela fosse à escola pra digitar os números deles numa espécie de telefone com televisão, chamavam-na de urna. Ela de milagre de Deus, era sempre um alivio aqueles dias!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

meu continho pra quebrar o gelo

Pelas costas

Trabalhou durante a toda vida. Logo que seu limite chegou, passou a esperar a morte, sentava ali, naquela cadeira. Não sabia porque, mas ali estava. Sentado na ponta da mesa de madeira, era de carvalho. Haviam mais sete lugares além do seu, todos vazios, porém cheios de lembrança, de tempos de outrora.
Logo a chuva iria cair nos campos lá de fora. Era domingo. Todos na missa, e ele ali. Esperando a morte com suas lembranças, estas passavam como um filme, longe e demorado, tendo como trilha sonora os pingos de chuva chocando-se no chão. Sorriu ele, sim a grama deste chão estava bem cortada.
Mantinha-se cortada pelo trabalho dos filhos,q eu agora cuidavam dele, ainda que não tivessem idade suficiente para serem considerados homens, como diz a lei, ou o que dizem que a lei fala, não sabia ao certo. Um tinha dezesseis, o outro quinze, mais outro tinha catorze e dois tinham treze. Ou teriam mais? Estaria confundindo realidade com lembrança? Não fazia mal. Pelo menos era a idade dos que ainda viviam.
Os dois meninos de treze não eram gêmeos, um era seu filho de nascença o outro por carência, era um sobrinho, órfão de pai e mãe. Era considerado filho, e ele se considerava filho, o respeito era mutuo.
Lembrou-se dos tempos em que o menino chegara ali com cinco anos de idade, tímido e com medo, vinha da cidade, uma grande mudança, porém necessária. Seus pais, mortos na frente dos seus olhos inocentes, vira coisa que nem gente grande suporta. , e seu irmão, se perdeu nas ilusões baratas.
O órfão tinha vindo no mesmo ano em que o filho mais velho, o que não fora citado a idade, tinha morrido. Morreu na igreja, morto por militares. O mataram dentro da casa de Deus.
Eis porque não estava na missa. Tinha desacreditado em Deus e na pátria. Estava perdido no silencio, nos pensamentos. Fingia-se consciente e sorria para os que passavam por ele, dando um bom comprimento.
Uma pontada na memória o fez lembrar-se da mulher, morta por um assassino. Os militares nada fizeram. O assassino era um deles! O país, a moral a religião o decepcionaram tanto. A lágrima descia pelo rosto e logo se encontrou com a mesa de carvalho.
A arma na mão, a vingança latejante sofrida no peito, o empurravam em um abismo de indecisões, estava desnorteado. Estava mudado. Por falar na tristeza de perder um filho, merecera, a sua mulher, aquela morte?
Tinha mudado sua rotina. Seus princípios, juntou seguidores daquela terra, iriam a cidade em busca de justiça, tinha planejado tudo, não sabia dizer adeus. Preocupava-se com uma única coisa.
Um menino dos seus, fascinado pelas armas, pela marcha dos soldados, tinha se levado pela beleza da disciplina dos militares. Acreditava no que diziam que a morte da mãe era necessária ao país, acreditava que a morte do irmão. Temia que teu filho o traísse, mas já esperava.
O som do feio de um carro, alguma voz de menino confirmando o local. Nenhuma voz melhor para traí-lo, do que uma voz amada. Vinha do lado de fora, atrás da porta da casa, que estava atrás de onde o homem estava sentado.
Bateram na porta, o choro aumentou, tinha perdido mais um filho, ou nunca ganho aquele? Mesmo sabendo que se respeitavam, mas o menino tinha traído toda sua confiança, poderia ter sido de outra forma.
Bateram na porta, logo um longo intervalo... até que arrebentaram a porta de uma vez, cliques de armas destravando. Armas apontadas para as costas de um homem.

sábado, 2 de outubro de 2010

Falhas nacionais ignoradas de 4 em 4 anos

Odeio escrever a respeito de temas tão atuais, pois postagens devem ser atemporais, visto que outros não vão querer ler algum tema antigo, e não entenderão o conteúdo só por se tratar de um tema antigo, mas devo começar minhas críticas a partir deste ponto, por favor, em nível de curiosidade e engrandecimento do conhecimento da nação a cerca de fatos que só ocorrem no Brasil, pesquisem o que falo.
Em época de eleição é onde vemos as falhas em nosso país, e do nosso estado. Falhas no país por conta do povo, que muitas vezes quer gerar um movimento de indignação contra a política e acaba virando massa de manobra dos políticos. Justamente quando o povo decide fazer um voto de protesto em gente que é famoso ou tão mais simples que o povo (pra não dizer outra coisa), resumindo: não conhece a vida parlamentar e nem sabe o que é legislar, logo não serve para o trabalho de representante, mas o povo o quer por pura gozação! E isto continuara acontecendo até que a nossa consciência política evolua e saibamos o valor do voto. Pois quando se vota em uma representação desse nível, acabamos votando sem querer em políticos de mesma legenda, logo aqueles que tanto protestamos contra. Uma bagunça? Não, é a preguiça que o povo tem de pensar e enxergar a respeito.
E falhas de nosso estado em vários aspectos! Juro que não crítico a partido nenhum, pois como já postei antes, não partidarista e respeito a todos os partidos, pois todos têm em sua ideologia o melhor para a nação em que vivemos. Mas tenho que acordar o meu povo. Que seja PT, seja PMDB, seja PSDB ou qualquer variante desses, qualquer partido que se mantenha no governo por muito tempo, se enraíza no estado, pois o estado em si permite tal manipulação partidarista. Por isso é bom ter em mente que só porque o partido tem uma cor vermelha como destaque, não quer dizer que suas ideologias partem para uma ditadura, coisa tão obsoleta para os dias atuais. Mas sim qualquer partido quer manter-se no governo, para atender certos grupos, pois, que melhor empresa do que o estado? Pensem!
Tenho agora vergonha da nossa querida justiça, que em verdade, no Brasil, nunca foi tão justa assim. E creio que ainda por nossa consciência política tão pouco avançada, continuara não funcionando e beneficiando os que podem “arcar” com ela. Pesquisem a respeito da indecisão do STF no caso Roriz e a lei Ficha Limpa (um dos maiores avanços do povo em busca do respeito do estado). Aí entenderam do que falo sobre esta minha vergonha, não consigo engolir argumentos de juízes do supremo tribunal federal a respeito de um caso que até uma criança consegue enxergar quem está errado, racha a cara de vergonha do povo com uma indecisão tão violenta, me deixa a mercê se acredito ou não na justiça e na minha constituição.
Meu povo, nós temos de aprender que o estado não esta tão longe da gente, não há qualquer separação. Ele não manda no povo como muitos pensam, e que através desse pensamento escolhem os políticos “libertadores”. Ele serve para nos garantir segurança, direitos, e claro, deveres. Somos uma sociedade, partindo esta da palavra sócio, ou seja, dividimos da mesma identidade cultural, da mesma terra, dos mesmos direitos!
Viva a nossa nação, e abaixo qualquer tipo de ignorância, o povo para ter respeito precisa conquistá-la das mãos desse estado tão malandro.