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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Sinto muito, assassino.

Eram duas testemunhas de um assassinato mais um suspeito naquela sala, claro que cercados de policiais. E a policia tinha todos detidos, na própria cena do crime. Não me critique, foi assim que aconteceu.
- foi sim! Foi ele! Assim que eu ouvi o barulho do corpo caindo eu subi. E quando eu entrei na sala lá estava ele com a faca na mão em frente ao corpo morto do rapaz. – disse a testemunha mais velha.
- eu já tinha visto os dois brigarem antes. Gritavam, bebados de madrugada um com outro, nunca soube se estavam apenas de amizade ou de guerra um com o outro – disse a testemunha mulher e mais nova, vizinha do morto.
O suspeito chorava. Estava todo suado. Tinha também enormes olheiras e os cabelos bagunçados. Fazia tempo que não dormia direito.  Estava algemado e com as costas escoradas no umbral da porta do apartamento, que dava logo para a sala do apartamento do morto. O algemado estava totalmente perdido em desespero, além de intimidado pelo guarda enorme que estava ao seu lado, encarregado de cuidar de sua custódia.
A faca estava limpa dentro do saco de evidências dos peritos que passavam de lá para cá na sala, registrando tudo. A carta que confessava o crime que ele planejara contava tudo, os minimos detalhes de como ele faria tudo, de como queria se matar depois, banhado do sangue da vitima.  E explicara porque queria se cortar com a mesma com que matara.
Desesperado, levantou-se. Olhou para a própria roupa, que estava somente suada. E viu seu reflexo no espelho no fundo da sala, estava somente vivo.  O que tinha a perder? Aquele maldito trapaceiro já estava morto no chão, ele que sempre estava a sua frente, estragou sua vida e sua morte. O tesão passou.
O suspeito conseguiu desviar do guarda grandalhão e mais de quatro mãos que tentaram lhe agarrar. Conseguiu alcançar a escada. Desceu. Nos degraus viu um perito que subia com o equipamento pesado. Com o ombro empurrou o perito e o desequilibrou, fazendo o empurrado soltar o equipamento. A camera que estava na mão do oficial caiu e soltou flash.
Flash. O suspeito já estava no final da escada quando se deparou com o policial armado e preparado para detê-lo. Um barulho surdo e assustador encheu o ar, uma, duas vezes que era para garantir a não fuga.
O policial sorriu.
Um perito veio da cena do crime sem saber do abate. Olhou para o suspeito e para o sangue, depois para o policial e para o sorriso. Todos sabiam das provas e da possivel prisão. O perito tocou no ombro do atirador.
- não tinha sangue nem corte. O dono do apartamento morreu envenenado duas horas antes do suspeito chegar... também achamos uma carta suicida manuscrita, e era a letra do mesmo... sinto muito, assassino.

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