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sábado, 8 de maio de 2010

Fim de Semana Brasiliense

O que faltava naquela manhã de sábado era saber o que faria naquela noite. Não por desespero atrás de diversão, mas também por desespero por cultura que lhe falta durante todo o período que não acontece nenhum show, e durante o período que ele não tinha dinheiro; para ele eram períodos eternos!
O caderno de diversão e arte do jornal regional estava na cabeceira da cama, em cima de uma pilha de outros exemplares dos Dias anteriores; porém sempre sofria ao ver eventos que metade de Brasília comparecia e, por motivos financeiros, ele não.
O montante restante da diferença entre o salário e as contas não dava para contas com show de artistas nacionais, quanto mais internacionais, era o caso do sábado passado.
O que sempre restava eram as festas de entrada franca. Mas entrada franca não seria algo bom para melhoras seu “filme” com a garota que ele queria que o acompanhasse. E também não seria grande lucro indo atrás de eventos grátis que ocorrem no entorno da cidade, onde sempre o transito é caótico e a segurança é duvidosa. Também não iria se sentir bem em um lugar pouco freqüentado por ele.
Restava talvez algum cinema, em um dos vários shoppings. Só que a maioria dos estacionamentos é paga, e o ônibus da linha que passa pelo shopping demora, e ônibus não seria um transporte adequado. Além disso, tudo ainda tinha o fato de ser um programa meio repetitivo para a saída deles, sendo todos os filmes já assistidos, e nenhum lançamento!
Restaurantes, pelo menos os que merecem seres considerados românticos, são caríssimos; nenhum bar “copo sujo” serviria!
Como era que testas a paciência a vida cultural da cidade: que se resumia a eventos somente pagos a altos preços, como festas no Park Way, boates e shows. O que deixa evidente que o publico alvo é a jovem burguesia do Lago Sul, área mais rica da cidade!
Nenhum amigo estava fazendo festa! Nenhum dinheiro para ser gasto, culpa da demora do banho que teve com sua namorada no mês passado; e que teve como conseqüência a gigantesca conta de luz. Ainda somando ao conserto do amassado do carro e seus faroletes, que foram quebrados por culpa de um enorme buraco que tinha em frente ao Lar dos Velhinhos quando voltava para casa.
É... O jeito vai ser ir lá à frente do Banco do Brasil, que fica do outros lados da rua, comprar um filme pirata e assisti-lo em companhia de sua garota, comendo uma boa e velha bacia de pipoca.

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