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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Normal só dentro de casa

Hoje acordei, depois de ter um sonho no qual eu voava sobre todo o oceano e corria com meu cachorro. Fui ao banheiro, escovei os dentes, penteei meu cabelo, lavei meu rosto. Depois tomei meu café como todos os dias normais, como pessoas normais fazem. Mas só da porta pra dentro da minha casa.
Porque lá fora eu não consigo com as calçadas cheias de buraco, com os meio-fios que não me deixam atravessar. Com ônibus que possuem infra-estrutura para me levar passando em paradas longe de onde eu moro, subo ladeiras com esforço, e meu desodorante não agüenta, meu penteado se vai, mas chego a tempo se não parar pra descansar, me coloco sozinho no elevador, porque ninguém quer se levantar para ajudar.
Chegando próximo donde tenho que trabalhar, tem mais trechos ruins e lotados de pessoas para percorrer, sem contar algumas passagens que não têm calçadas e ando junto aos carros, foi em uma delas que minha vida mudou, e graças a essa mudança, essas passagens ficaram piores para mim.
Gostaria de me apresentar, mas é que uma agulha dos viciados perto do meu trabalho entrou na roda da minha cadeira e tenho que tira-la, se não me atrapalha na descida da ladeira de volta pra casa.



Tais pessoas que vivem hoje conosco na sociedade possuem diferenças, sejam elas na cor da pele, na religião que pratica, ou a deficiência física e não deixam de participar da sociedade como um todo. Fazendo parte e estando sujeitas também a mesma lavagem cerebral que a mídia faz, entrando no mundo consumista e sendo publico alvo de alguma campanha empresarial para a venda de algum produto.
Porém, dentro todos os sócios nessa sociedade, os deficientes são os que se sentem visivelmente diferentes, por causa das condições que a infra-estrutura urbana de algumas cidades. Algumas deles não servem nem para pessoas com estado físico normal, quem dera pessoas que precisam de cadeira de rodas para de locomover, ou muletas, ou que são cegas.
Em algumas partes do mundo o estado já deu conta de ajudar a essas pessoas, mas como país emergente que somos não temos nenhuma iniciativa por mudança, ou melhor, nossos representantes não trazem resultados eficientes, apenas amostras do que poderia dar certo, mas acabam sendo esquecidas com o tempo, assim como qualquer coisa. Resultado de que nos contentamos com pouco, mas logo acaba
Foi assim com os primeiros projetos para atender a população deficiente, foi assim com a reforma política do Brasil, e será também com a copa. Desculpa mas a verdade dói, não só na consciência, mas nos braços de todos os trabalhadores ignorante do Brasil, que perdem um terço da tua vida para pagar ao governo pra fazer nada.

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